[Resenha] Fellside by M. R. Carey




“Uma história de terror moderna, perturbadora e emocionante, assinada pelo mestre dos quadrinhos M. R. Carey, pseudônimo de Mike Carey, roteirista de sucessos como X-Men e Hellblazer e autor do cultuado A menina que tinha dons, adaptado para a telona pela Warner Bros (ainda sem previsão de estreia no Brasil). Em seu segundo romance, Carey conta a história de uma mulher que vive em Fellside, uma prisão de segurança máxima localizada nos confins da Inglaterra. Acusada de ter incendiado o seu apartamento e matado por acidente uma criança, Jess Moulson vive afundada em culpa e medo, e sabe que não pode confiar em ninguém ali. Até que começa a ouvir a voz de uma criança. Uma criança morta, que tem uma mensagem para Jess. Ponto forte: autor maneja com desenvoltura diferentes narrativas – quadrinhos, cinema, literatura – e mantém o leitor em permanente estado de tensão até a última frase.”

Gênero: Suspense Psicológico | 464 Páginas
Autor: M. R. Carey | Editora Rocco
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Classificação: 4,5/5

Em meu primeiro contato com o trabalho de M. R. Carey encontro uma obra intensa e arrebatadora, que nos presenteia com uma obra distinta de final surpreendente que acontece em uma prisão de segurança máxima para mulheres, onde as mais perigosas criminosas são condenadas a prisão perpétua e com as maiores penas.

A trama de Fellside apresenta Jessica Moulson, uma garota comum sem grandes ambições que acorda em um hospital sendo acusada do assassinato de Alex Beech, o menino que morava no mesmo prédio que ela, ao colocar fogo em seu apartamento depois de injetar heroína e discutir com seu namorado abusivo. Jess acorda confusa e sem lembrar do que aconteceu na noite do incêndio, mas durante seu julgamento passa a acreditar que cometeu tal crime sendo condenada e encaminhada para Fellside, uma grande prisão somente para mulheres. Depois do julgamento Jess desiste de viver e sucumbe a uma greve de fome que a deixa a beira da morte, porém o fantasma do menino Alex – ou ela acredita que seja um fantasma, aparece pedindo ajuda para desvendar a sua morte, e milagrosamente ela sobrevive e decide recorrer de sua sentença ao mesmo tempo em que investiga a morte do garoto por conta própria.

O livro é narrado em terceira pessoa e acompanhamos, além de Jess e sua visão, a história de várias detentas, de médicos e policiais, e – embora num primeiro momento acompanhar tantas visões diferentes e que não aparentam ter nenhuma ligação, seja confuso, aos poucos vamos conhecendo a dinâmica da prisão (que possui um sistema próprio de sobrevivência), percebemos quem é que realmente manda em tudo por ali, como funciona sua hierarquia e como histórias tão diferentes se interligam e se complementam para a resolução do mistério de um assassinato.


Fellside guarda muitos horrores em suas paredes, e como é típico de um presídio, aqui temos relações abusivas, manipulação, tráfico de drogas, corrupção, impotência humana e tantos outros plots sendo trabalhados ao mesmo tempo, mas de uma forma convicta e de modo que todos os pontos são ligados, não deixando nada sem explicação. E aqui não posso deixar de comentar que, embora a leitura tenha sido um pouco lenta pelo fato de ser bem descritiva em alguns momentos, os capítulos curtos fazem com que nem percebamos as páginas passarem, além de a todo momento ficarmos ávidos em descobrir o que realmente aconteceu no apartamento de Jess e quem é o verdadeiro culpado.

Em suma, Fellside nos permite uma leitura densa e sombria, cheia de mistérios, reviravoltas e revelações surpreendentes, ele também nos tira um pouco da nossa zona de conforto e a todo momento nos deixa instigados e curiosos com o desfecho, que para mim foi inesperado. Trata-se de uma leitura bem diferente, que trabalha vários tabus e que, definitivamente, vale a pena ser conferida.

Beijos,
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